Olhar para o futuro
Vasco Graça Moura, presidente da Fundação CCB, desde Janeiro de 2012, salientou o papel “de relevo” que o centro cultural tem na vida cultural de Lisboa e do país, mas alertou para a necessidade de se assegurarem condições de financiamento para a sua manutenção. O responsável, em declarações à rádio TSF, apontou como exemplo a substituição do sistema de varas de palco no grande auditório, que custou um milhão de euros, mas indispensável sob pena de o espaço “ficar obsoleto” para cumprir as diversas valências, do cinema ao teatro, da música à ópera.
Ao longo de duas décadas, o CCB chegou aos dez milhões de visitantes. Para além da programação regular, uma parte significativa da afluência reside nos alunos de escolas da região de Lisboa, com o objectivo de tomarem contacto desde cedo com a arte. O projecto educativo Fábrica das Artes, em actividade desde 2009, desenvolve oficinas e espectáculos em diferentes áreas artísticas, com actividades específicas para os mais pequenos e para adultos.
“Anda para aqui, Zé”, ordenava, ao final de uma manhã ventosa de Março, a auxiliar de educação para um miúdo mais irrequieto. O grupo do primeiro ciclo preparava-se para entrar no autocarro de uma junta de freguesia do concelho da Amadora, para o regresso à escola.
O número de visitas durante a semana tem vindo a cair, nas exposições e em alguns espectáculos. Situação que os responsáveis do CCB atribuem à crise. Nem o facto da entrada no Museu Colecção Berardo ser gratuita altera o cenário. Depois do sucesso da Festa da Música, o novo figurino do festival Os Dias da Música em Belém, que lhe sucedeu com um programa mais modesto, cumpre ainda assim a função de abrir o CCB a novos públicos.
Vasco Graça Moura mostrou-se confiante de que a conclusão do projecto arquitectónico venha a aumentar fontes de receita. Os problemas com a titularidade dos terrenos, que pertenciam à Câmara Municipal de Lisboa, estão resolvidos e o lançamento da construção do hotel poderá ocorrer ainda durante 2013. Isso mesmo foi admitido por Manuel Salgado, actualmente vereador na autarquia lisboeta.
Espera-se que a concessão do direito de superfície por um prazo dilatado facilite o aparecimento de um parceiro privado para a construção da unidade hoteleira. Uma área comercial adjacente também pode estabelecer uma ligação com a malha urbana envolvente. Uma proximidade que para um morador não trouxe vantagens: “O que Lisboa ganhou [com o CCB] foi o que se gastou. Não vejo quaisquer benefícios”, comentou com ironia o sexagenário. Uma frequentadora do espaço, também residente na zona, possui opinião contrária. O CCB, defendeu, passou a oferecer uma programação diversificada em termos de espectáculos. Mas lamentou a limitação da oferta de exposições com a instalação da colecção Berardo. “Admito que haja quem goste, mas eu não gosto”, frisou.
Ao longo de duas décadas, o CCB chegou aos dez milhões de visitantes. Para além da programação regular, uma parte significativa da afluência reside nos alunos de escolas da região de Lisboa, com o objectivo de tomarem contacto desde cedo com a arte. O projecto educativo Fábrica das Artes, em actividade desde 2009, desenvolve oficinas e espectáculos em diferentes áreas artísticas, com actividades específicas para os mais pequenos e para adultos.
“Anda para aqui, Zé”, ordenava, ao final de uma manhã ventosa de Março, a auxiliar de educação para um miúdo mais irrequieto. O grupo do primeiro ciclo preparava-se para entrar no autocarro de uma junta de freguesia do concelho da Amadora, para o regresso à escola.
O número de visitas durante a semana tem vindo a cair, nas exposições e em alguns espectáculos. Situação que os responsáveis do CCB atribuem à crise. Nem o facto da entrada no Museu Colecção Berardo ser gratuita altera o cenário. Depois do sucesso da Festa da Música, o novo figurino do festival Os Dias da Música em Belém, que lhe sucedeu com um programa mais modesto, cumpre ainda assim a função de abrir o CCB a novos públicos.
Vasco Graça Moura mostrou-se confiante de que a conclusão do projecto arquitectónico venha a aumentar fontes de receita. Os problemas com a titularidade dos terrenos, que pertenciam à Câmara Municipal de Lisboa, estão resolvidos e o lançamento da construção do hotel poderá ocorrer ainda durante 2013. Isso mesmo foi admitido por Manuel Salgado, actualmente vereador na autarquia lisboeta.
Espera-se que a concessão do direito de superfície por um prazo dilatado facilite o aparecimento de um parceiro privado para a construção da unidade hoteleira. Uma área comercial adjacente também pode estabelecer uma ligação com a malha urbana envolvente. Uma proximidade que para um morador não trouxe vantagens: “O que Lisboa ganhou [com o CCB] foi o que se gastou. Não vejo quaisquer benefícios”, comentou com ironia o sexagenário. Uma frequentadora do espaço, também residente na zona, possui opinião contrária. O CCB, defendeu, passou a oferecer uma programação diversificada em termos de espectáculos. Mas lamentou a limitação da oferta de exposições com a instalação da colecção Berardo. “Admito que haja quem goste, mas eu não gosto”, frisou.